Introdução à Padronização

Certamente você já percebeu a padronização dos produtos, serviços e até mesmo das atividades de uma empresa ou marca.

Formato, embalagens, rótulos, quantidade, são alguns exemplos percebidos. Mas, saberia explicar o que ela é e como aplicar?

Tabela de Conteúdo

Por que a padronização está se tornando cada vez mais comum?

De forma bem simples, a padronização é uma uniformização e, quando se trata de um produto, geralmente há um molde físico, assim, todos terão as mesmas especificações.

Simplesmente porque esta é a forma mais barata, fácil, segura e confiável da qualidade ser garantida pelo operador.

Se você pensa que ela diz respeito apenas aos padrões técnicos do produto não sabe o equívoco que está cometendo.

Tão importante quanto atender às especificações do produto também são os procedimentos operacionais adotados para a sua produção.

Acha que parou por aí? Outro ponto que a padronização aborda são as atividades que possuem relação com o controle de qualidade, segurança e meio ambiente.

Mas qual o motivo de fazer a padronização?

Para que os processos sejam estáveis e a mão de obra seja harmonizada com todos os elementos.

Assim, mão de obra, método, máquina e material podem se conectar para que juntos formem um sistema de produção poderoso.

Nas empresas que adotam o Lean, a padronização é vista de uma forma um tanto diferente.

Nelas ocorre a produção enxuta que enxerga a padronização como uma base para que haja melhoria contínua.

Mas, quando se olha para a visão tradicional, percebemos que os padrões são um objetivo a seguir, para não ter mais de pensar e perder tempo naquele procedimento.

Conseguiu compreender a diferença entre as empresas que adotam o Lean e as que possuem uma visão tradicional?

Que tal compreendermos um pouco mais sobre a padronização? Você vai se surpreender com as informações que iremos repassar a seguir!

Padronização: o que é e para que serve?

Já imaginou como a manufatura age? Nela, é possível perceber todos os traços da padronização que, nesse caso, possui como conceito manter os processos em estabilidade. Assim, as atividades sempre serão feitas da mesma forma.

Na prática, o que isso significa?

Que dentro de um determinado intervalo de tempo, uma quantidade X de produtos, peças e afins será produzida.

Esse número é bem considerável, afinal, com a adoção de um padrão a produtividade se torna mais alta.

O desperdício vai ocorrer em um nível menor, mas em nada prejudica a qualidade que, por sinal, é bem elevada.

A adoção de um padrão na produção não é específica para um determinado segmento de mercado nem para certas atividades.

Deste modo, o processo de padronizar pode ser adotado nos mais variados segmentos do mercado além de todas as atividades, desde os administrativos aos produtivos.

Mas as linhas de produção certamente são os lugares mais comuns de encontrarmos a padronização.

Por que isso acontece? Simplesmente porque esse setor possui um objetivo que é determinar que cada etapa do processo possua um padrão.

Há até um nome específico para isso, “padronização de processos“.

Padronizar é importante?

É natural que algumas dúvidas quanto à importância de padronizar surjam.

Mas o que se percebe é que quando um padrão é adotado por uma empresa, os processos e as tarefas podem ser desenvolvidos com otimização do tempo.

Isso é ótimo e traz um benefício importante para a empresa aumentar seus lucros: uma redução dos custos.

O que acontece com as empresas que não adotam um padrão?

Nesse caso, elas podem observar uma série de malefícios como, perda de matéria-prima e de tempo, cada operador realiza a mesma tarefa de formas diferentes entre outros.

Por não ter um padrão para a realização das tarefas cada um faz do seu jeito e o produto final não tem alta qualidade.

Em compensação, sabe o que acontece quando uma empresa decide padronizar seus processos?

O mesmo trabalho passa a ser realizado da mesmas formas diversas vezes, pois vai depender de quem vai fazê-lo.

Consequentemente o que se vê, nesse caso, é perda de matéria-prima e de tempo.

Ou seja, padronizar é algo fundamental e importante para qualquer empresa.

Através da padronização o trabalho pode ser melhor desenvolvido, ser mais efetivo e até mesmo econômico.

Como a qualidade pode ser padronizada?

Como uma empresa pode dizer que seu produto ou serviço é de qualidade?

Quando o que ela disponibiliza, atende ou até supera as expectativas dos clientes.

Adotar um padrão ajuda, e muito, a atender essas expectativas e, consequentemente, a qualidade.

Acontece que apenas isso não é o suficiente para garantir que há qualidade naquilo que é ofertado.

Também é preciso atender as exigências estéticas além das funcionais como:

  • Existência de qualquer saliência;
  • Quantos defeitos existem;
  • Observar se há falhas ou tolerâncias;
  • Combinação de cores do produto e tamanho;
  • Qualidade da superfície e a aparência geral do produto.

A padronização precisa ser registrada e isso pode ser feito através de um quadro contendo os padrões, instrução de trabalho ou uma FIT (Folha de Instrução de Trabalho).

De posse desses materiais, a equipe fica ciente de todas as características que realmente importam para o cliente com relação a qualidade.

Padrões técnicos ou especificações padrão: o que são?

Tanto nos padrões técnicos quanto nas especificações padrão são fornecidas informações técnicas e também de processos para que os equipamentos sejam operados corretamente para a produção.

Uma fábrica aplicando as conceitos de padronização em suas bebidas

Geralmente, quem fornece as especificações são Métodos e Processos, Processos e Projetos e Engenharia Industrial.

Não pode haver alteração pela produção para que a qualidade e o custo dos produtos não sejam impactados de forma direta.

Dentro das especificações padrões podem ser citadas:

  • Método de processamento;
  • Checklist para que seja feito o Setup rápido;
  • Informações quanto às ações de manutenção;
  • Parâmetros para que o equipamento seja operado como, por exemplo, pressão, temperatura, tempo entre outros;
  • Tolerâncias e dimensões que os produtos devem apresentar;
  • FIT (Folha de Instrução de Trabalho).

Segurança e meio ambiente também podem ser padronizados

Esses temas são regidos por leis federais e estaduais e para que elas sejam atendidas é normal adotar a padronização.

Por exemplo, uma empresa que atua com a moagem do quartzo deve estabelecer padrões para que o material seja manuseado, para que os colaboradores tenham proteção individual, para que os resíduos sejam descartados.

Quem vai elaborar essa padronização não é a própria empresa, mas os departamentos de Engenharia.

Outro departamento não pode modificar o padrão sem que quem o elaborou dê seu consentimento. Também é preciso que métodos sejam desenvolvidos com o intuito de garantir a segurança do meio ambiente e do operador.

Para que isso seja possível é preciso eliminar alguns pontos como:

  • Vazamento de produtos químicos e óleo para o solo;
  • Poluição atmosférica;
  • Ferramentas inadequadas e pisos escorregadios aumentam as chances de ocorrer um acidente, entre outros.

Padronização do trabalho: entenda o que é!

Para aqueles que acreditam que somente existe a padronização dos processos em uma linha de produção, vamos apresentar a padronização do trabalho ou o trabalho padrão, como também é chamado.

Mas o que é Padronização do trabalho?

Esse tipo de padronização trata-se da base das operações para que seja produzido o produto correto da forma mais segura, eficaz e fácil possível. Para isso, ele utiliza as tecnologias e processos que já existem.

Resumindo, o trabalho padrão é a descrição dos procedimentos exatos que devem ser feitos por cada operador para que realize sua função com perfeição.

Para que isso seja possível existem três elementos que são a base para a padronização do trabalho:

  • Sequência de trabalho – Fornecimento de uma ordem para que os operadores realizem as atividades dentro do Tempo Takt;
  • Tempo Takt – Também chamado de ritmo de produção, o Takt Time é responsável por definir e direcionar o trabalho bem como os movimentos dos operadores;
  • Estoque padrão – Indicação da quantidade mínima das peças que são necessárias para que o sistema possa funcionar sem que ocorra interrupções.

Para que o trabalho padrão possa ser implementado é fundamental que as tarefas a serem realizadas sejam repetitivas. Caso contrário, a padronização não será possível.

Também é preciso que os equipamentos e as máquinas que estão na linha de montagem ou células de produção sejam confiáveis.

Qual o motivo dessa exigência?

Simplesmente porque a padronização do trabalho não pode existir se as interrupções acontecem constantemente. Isso também explica o porquê dos problemas com a qualidade serem mínimos.

Afinal, se os “defeitos” precisam ser consertados constantemente toda a sequência acaba sendo modificada. Se isso acontece, então como a padronização pode ocorrer?

Fica muito mais difícil e complicado seguir um padrão se sempre ele terá que ser modificado para solucionar os problemas que surgem.

Padronização do trabalho e seus limites

Muitas empresas acreditam que, ao fazer o mapeamento das atividades que o colaborador executa, medir quanto tempo gastou para executar cada uma, é padronizar o trabalho.

Entretanto, isso não é verdade. É claro que tal mapeamento é importante, mas se isso não estiver ligado a padronização real não vai funcionar.

Também existem exceções no trabalho e isso precisa ser entendido, pois não é possível a padronização de tudo.

Adotar um padrão torna as coisas mais fáceis, mas se não for entendida a fundo, compreender que existem exceções, ela não vai funcionar.

Trabalho padrão: aprenda a criar corretamente

Para que o trabalho padrão possa ser criado e desenvolvido é preciso que sejam utilizados três documentos principais, são eles:

1 – Diagrama de Trabalho Padrão

Serve para mostrar quais são as etapas do processo bem como seus períodos de tempo.

Também mostra onde estão localizados os materiais tendo como referência as máquinas, o layout geral dos processos, os movimentos dos operadores e os pontos importantes que darão segurança e qualidade.

2 – Quadro de capacidade dos processos

Este documento mostra o cálculo que determina qual a capacidade que as máquinas e equipamentos possuem no processo produtivo. Também ajuda na identificação dos processos que possuem gargalo. 

Para essa situação, os cálculos envolvem tanto o tempo manual quanto o automático da máquina, bem como o tempo para realizar a troca das ferramentas e quantas peças foram utilizadas na troca.

3 – Tabela de combinação

Sua utilização é mostrar, de forma combinada, o tempo de caminhada, de trabalho manual e de processamento da máquina que cada operador possui dentro de uma sequência de operação.

Ou seja, essa tabela vai mostrar a interação que ocorre entre o trabalho que o homem realiza e a máquina permitindo, assim, que seja feita uma análise rápida da variação do tempo Takt.

É importante que os líderes verifiquem as folhas que o Trabalho Padrão possui. Por esse motivo, elas devem estar direcionadas para fora da célula.

POP: Procedimento Operacional Padrão

O Procedimento Operacional Padrão ou POP como também é conhecido, é um documento que possui um objetivo muito importante: fornecer informações operacionais para que regras de operação sejam definidas.

Nele encontram-se as instruções escritas que fazem a documentação da rotina ou da atividade repetitiva.

Por esse motivo, ele é considerado um dos documentos de maior importância para as ferramentas de padronização.

Devido a sua importância ele é utilizado em:

  • Rotas do fluxo de peças;
  • Parâmetros e regras do Kanban;
  • Exigências de TPM e 5S definidas;
  • Quadro do acompanhamento da produção
  • Entre outros.
O que é TPM? Descubra no vídeo acima!

Nesse documento ainda pode conter ações técnicas e programáticas como, por exemplo:

  • Manutenção;
  • Processos de análise;
  • Utilização de equipamentos;
  • Calibração.

Como começar a padronizar?

Não são todas as empresas que possuem a padronização dos seus processos. Então como elas podem dar o pontapé inicial nesse sentido?

Para essas empresas que não possuem algum padrão, o ideal é começar a adotar a padronização pelo básico.

Não adianta querer padronizar algo em alto nível se a empresa não conhece a padronização e nunca teve envolvimento com isso.

Assim, fica muito mais fácil começar a adotar um padrão através de atividades mais simples, que a empresa terá condições de fazer. Caso contrário, será uma grande perda de tempo.

Vamos entender melhor através de um exemplo. Imagine que você montou um projeto de padronização ótimo para uma produção.

Dentro de uma das etapas é necessário que a ferramenta “A” seja utilizada. Se o seu projeto não tiver essa ferramenta de nada adiantará colocá-lo em prática, pois a produção necessita dela. Sem ela, não sai do lugar.

Conclusão

Conseguiu compreender? Ao fazer um projeto para a padronização dentro de uma empresa é necessário que ela ofereça todas as condições para o seu desenvolvimento.

Será justamente isso que vai permitir que os resultados esperados comecem a aparecer. Além do mais, conforme o tempo passa o projeto vai se aprimorando ainda mais.

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